O
que é a febre amarela?
A febre
amarela é uma doença infecciosa causada por um tipo de vírus chamado flavivírus cujo reservatório natural são os primatas não-humanos que habitam as florestas
tropicais. Esta doença
acomete com maior frequência o sexo masculino e a faixa etária mais atingida
situa-se acima dos 15 anos, em função da maior exposição profissional,
relacionada à penetração em zonas silvestres da área endêmica de febre amarela
silvestre (FAS). Outro grupo de risco são pessoas não vacinadas que residem
próximas aos ambientes silvestres, onde circula o vírus, além de turistas e
migrantes que adentram estes ambientes. A maior frequência da doença ocorre nos
meses de janeiro a abril, período com maior índice pluviométrico, quando a
densidade vetorial é elevada, coincidindo com a época de maior atividade
agrícola.
Como a doença é transmitida?
A
febre amarela não é transmitida de uma pessoa para a outra. A transmissão do
vírus ocorre quando o mosquito pica uma pessoa ou primata (macaco) infectados,
normalmente em regiões de floresta e cerrado, e depois pica uma pessoa saudável
que não tenha tomado a vacina.
Existem
dois tipos de febre amarela: a silvestre, transmitida pela picada do mosquito
Haemagogus , e a urbana transmitida pela picada do Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e
que foi reintroduzido no Brasil na década de 1970. Embora os vetores sejam
diferentes, o vírus e a evolução da doença são absolutamente iguais.
A forma urbana já foi
erradicada. O último caso de que se tem notícia ocorreu em 1942, no Acre, mas
pode acontecer novo surto se a pessoa infectada pela forma silvestre da doença
retornar para áreas de cidades onde exista o mosquito da dengue que prolifera
nas cercanias das residências e ataca durante o dia.
Quais
são as manifstações clínicas da febre amarela?
Os principais sintomas
da febre amarela – febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular muito
forte, cansaço, calafrios, vômito e diarréia aparecem, em geral, de três a seis
dias após a picada (período de incubação). Aproximadamente metade dos casos da
doença evolui bem. Os outros 15% podem apresentar, além dos já citados,
sintomas graves como icterícia, hemorragias, comprometimento dos rins (anúria),
fígado (hepatite e coma hepático), pulmão e problemas cardíacos que podem levar
à morte. Uma vez recuperado, o paciente não apresenta seqüelas.
Como é o tratamento?
Não existe
tratamento específico. É apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao
paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de
líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o
paciente deve ser atendido numa Unidade de Terapia Intensiva, o que reduz as
complicações e a chance de óbito.
Como
previnir a febre amarela?
A vacinação contra a febre
amarela é recomendada para uma grande área do Brasil onde a transmissão é
considerada possível, principalmente para indivíduos não vacinados e que se
expõem em áreas de mata, onde o vírus ocorre. Atualmente, as áreas de vacinação
são revisadas anualmente, com apoio de especialistas para identificação dos
municípios com maior risco de transmissão. É
importante observar as seguintes situações no que se refere à vacinação contra
a febre amarela no quadro a seguir:
Quadro: Orientações para a vacinação contra febre amarela para
residentes em área com recomendação da vacina ou viajantes para essa área.
INDICAÇÃO
|
ESQUEMA
|
Crianças
de 6 meses a 9 meses de idade incompletos
|
A vacina está
indicada somente em situações de emergência epidemiológica, vigência de
surtos, epidemias ou viagem inadiável para área de risco de contrair a
doença. |
Crianças
de 9 meses até 4 anos 11 meses e 29 dias de idade
|
Administrar
1dose aos 9 meses de idade e 1 dose de reforço aos 4 anos de
idade, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. |
Pessoas
a partir de 5 anos de idade, que receberam uma dose da vacina antes de
completar 5 anos de idade
|
Administrar
uma única dose de reforço, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. |
Pessoas
a partir de 5 anos de idade, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de
vacinação
|
Administrar a
primeira dose da vacina e, 10 anos depois, 1 dose de reforço. |
Pessoas
a partir dos 5 anos de idade que receberam 2 doses da vacina
|
Considerar
vacinado. Não administrar nenhuma dose. |
Pessoas
com 60 anos e mais, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação
|
O médico
deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação, levando em conta o risco
da doença e o risco de eventos adversos nessa faixa etária ou decorrentes de
comorbidades. |
Gestantes,
independentemente do estado vacinal
|
A vacinação
está contraindicada. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em
situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou
viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o
benefício e o risco da vacinação. |
Mulheres
que estejam amamentando crianças com até 6 meses de idade, independentemente
do estado vacinal
|
A vacinação
não está indicada, devendo ser adiada até a criança completar 6 meses de
idade. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de
emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área
de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício e o risco
da vacinação. Em caso de mulheres que estejam amamentando e receberam a
vacina, o aleitamento materno deve ser suspenso preferencialmente por 28 dias
após a vacinação (com um mínimo de 15 dias). |
Viajantes
|
Viagens
internacionais: seguir as recomendações do Regulamento Sanitário
Internacional (RSI). Viagens para áreas com recomendação de vacina no Brasil: vacinar, pelo menos 10 dias antes da viagem, no caso de primeira vacinação. O prazo de 10 dias não se aplica no caso de revacinação. |
A vacina contra febre amarela é a
medida mais importante para prevenção e controle da doença. Produzida no Brasil
desde 1937, pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, é da cepa 17DD, sendo constituída por vírus vivos atenuados derivados de uma
amostra africana do vírus amarílico selvagem. Apresenta eficácia acima de 95%. A
vacina febre amarela é reconhecidamente eficaz e segura. Entretanto, eventos
adversos podem ocorrer, como reações locais e sistêmicas, tais como febre, dor
local, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor no corpo), dentre outros. Atenção
especial deve ser dada quando, após administração da vacina de febre amarela, a
pessoa apresentar dor abdominal intensa.
Fonte:
Fonte:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/febre-amarela
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_ll.pdf
1- Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2015/02/13/apos-caso-de-febre-amarela-em-go-ministerio-reforca-importancia-da-vacina.htm> Acesso em 6 de agosto, 2015.
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