Figura 1 - vírus da raiva.
fonte: página do blog per scientia¹.
O que é raiva?
Encefalite viral aguda, transmitida por
mamíferos, que apresenta dois ciclos principais de transmissão: urbano e silvestre.
Reveste-se da maior importância epidemiológica por apresentar letalidade de 100%, além
de ser uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano, por se dispor de
medidas eficientes de prevenção, tanto em relação
ao ser humano, quanto à fonte de infecção. O vírus rábico pertence ao gênero Lyssavirus,
da família Rhabdoviridae.
Como a raiva é
transmitida?
A transmissão da raiva se dá pela
penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura
e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas. O vírus penetra no
organismo, multiplica-se no ponto de inoculação, atinge o sistema nervoso
periférico e, posteriormente, o sistema nervoso central e, a partir daí, se dissemina
para vários órgãos e glândulas salivares, onde também se replica e é eliminado na
saliva das pessoas ou animais enfermos. Existe o relato de casos de transmissão
inter-humana na literatura, que ocorreram através de transplante de córnea. A via
respiratória, transmissão sexual, via digestiva (em animais), transmissão vertical,
também são aventadas, mas com possibilidade remota.
Quais
as manifestações clínicas da raiva?
Após um período variável de incubação,
aparecem os pródromos que duram de 2 a 4 dias e são inespecíficos. O paciente
apresenta mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaléia,
náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de
angústia. Podem ocorrer hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos
periféricos, próximos ao local da mordedura e alterações de comportamento. A infecção
progride, surgindo manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes,
febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados e/ou
convulsões. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o
paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorréia intensa. Os
espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações
cárdio-respiratórias, retenção urinária, obstipação intestinal. O paciente se
mantém consciente, com período de alucinações, até à instalação de quadro
comatoso e evolução para óbito. Observa-se ainda a presença de disfagia, aerofobia,
hiperacusia, fotofobia. O período de evolução do quadro clínico, após instalados
os sinais e sintomas até o óbito é, em geral, de 5 a 7 dias.
Como
previnir a raiva?
A prevenção de
raiva humana é direcionada para o tratamento profilático anti-rábico toda vez
que houver suspeita de exposição ao vírus rábico. Após o início do quadro
clínico, não existe tratamento. A profilaxia é feita através do esquema de
vacinas e cuidados com a lesão. Além disso, orientar o processo
educativo no programa de eliminação da raiva urbana e no de controle da raiva canina, tendo como
ferramentas básicas a participação e a comunicação social, devendo ser necessariamente
envolvidos serviços e profissionais de saúde, escolas, proprietários de animais de estimação e
população em geral. Portanto, são necessárias algumas condutas:
• Estimular a posse responsável de
animais;
• Desmistificar a castração dos animais
de estimação;
• Adotar medidas de
informação/comunicação que levem a população a
reconhecer a gravidade de qualquer tipo
de exposição a um animal; a
necessidade de atendimento imediato; as
medidas auxiliares que devem ser
adotadas às pessoas que foram expostas
e/ou agredidas; a identificar os sintomas
de um animal suspeito;
• Divulgar os serviços existentes,
desmistificando simultaneamente o tratamento
profilático anti-rábico humano,
estimulando a responsabilidade do paciente com
o cumprimento do esquema indicado,
visando a diminuição do abandono e risco
de ocorrência de casos;
• Não valorizar a proteção ao cão
errante;
• Estimular a imunização anti-rábica
animal.
Como é o tratamento?
Independente do ciclo, não existe
tratamento específico para a doença. Por isso, a profilaxia pré ou pós
exposição ao vírus rábico deve ser adequadamente executada. O paciente deve
ser atendido na unidade hospitalar de saúde mais próxima, sendo evitada sua
remoção. Quando imprescindível, tem que ser cuidadosamente planejada. Manter o
enfêrmo em isolamento, em quarto com pouca luminosidade, evitar ruídos e
formação de corrente de ar, proibir visitas e somente permitir a entrada de
pessoal da equipe de atendimento. As equipes de enfermagem, higiene e limpeza devem estar
devidamente capacitadas para lidar com o paciente e com o seu ambiente e usar equipamentos
de proteção individual. Recomenda-se como tratamento de suporte:
dieta por sonda nasogástrica; hidratação para manutenção do balanço hídrico e
eletrolítico; na medida do possível, usar sonda vesical para reduzir a manipulação do
paciente; controle da febre e o vômito; beta bloqueadores na vigência de
hiperatividade simpática; uso de antiácidos, para prevenção de úlcera de “stress”;
instalação de PVC e correção da volemia na vigência de choque; tratamento das
arritmias cardíacas. Sedação de acordo com o quadro clínico, não devendo ser
contínua.
Fonte:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_ll.pdf
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/raiva
1- Disponível em: <https://albericomarcosbioifes.wordpress.com/tag/raiva/> Acesso em 6 de agosto, 2015.
Fonte:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_ll.pdf
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/raiva
1- Disponível em: <https://albericomarcosbioifes.wordpress.com/tag/raiva/> Acesso em 6 de agosto, 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário