quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Difteria

                                                               


  Figura 1 - Mucosa oral com infecção diftérica.
Fonte: página do site Healthline¹.


O que é difteria?
 Doença transmissível aguda, toxiinfecciosa, imunoprevenível, causada por bacilo toxigênico, que frequentemente se aloja nas amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. É caracterizada por placas pseudomembranosas típicas. O agente etiológico é o Corynebacterium diphtheriae, bacilo gram-positivo, produtor da toxina diftérica, quando infectado por um fago. O principal reservatório é o próprio doente ou o portador, sendo esse último mais importante na disseminação do bacilo, por sua maior frequência na comunidade e por ser assintomático. A via respiratória superior e a pele são locais habitualmente colonizados pela bactéria.
Como a difteria é transmitida?
  A transmissão se dá pelo contato direto de pessoa doente ou portadores com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção respiratória, eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Em casos raros, pode ocorrer a contaminação por fômites. Em geral, o período de incubaçao é de 1 a 6 dias, podendo ser mais longo. Já o período de transmissibilidade é em média, até 2 semanas após o início dos sintomas. A antibioticoterapia adequada elimina o bacilo diftérico da orofaringe, de 24 a 48 horas após a sua introdução, na maioria dos casos. O portador pode eliminar o bacilo por 6 meses ou mais, motivo pelo qual se torna extremamente importante na disseminação da difteria.

Quais as manifestações clínicas da difteria?
 O sintoma típico da difteria é o aparecimento de placas pseudomembranosas, acinzentadas e firmes nas amídalas e órgãos adjacentes. Mal-estar, dor de garganta, febre, corrimento nasal, gânglios linfáticos inflamados e manchas avermelhadas na pele são outros sintomas possíveis da doença. Edema de pescoço, toxemia, prostração e asfixia mecânica são sinais que sugerem o agravamento da infecção. A inflamação da epiglote, válvula situada na parte superior da laringe, que fecha a glote no momento da deglutição, pode provocar a súbita obstrução das vias aéreas, com consequências bastante graves para o paciente. Por isso é preciso estar atento. Crianças com a epiglote inflamada ficam muito abatidas, com os lábios ligeiramente azulados, têm febre alta e, às vezes, dificuldade para deitar-se ou engolir saliva. Os sintomas da difteria se agravam à noite. Em geral, a criança acorda durante a madrugada. Sua respiração, nesse momento, é estranha: a inspiração é marcada por um chiado estridente e a expiração, por tosse áspera. Miocardite (arritmia e insuficiência cardíaca), neuropatia (visão dupla, fala anasalada, dificuldade para engolir, paralisia) e insuficiência renal são complicações graves que podem ocorrer em qualquer fase da doença.
Como previnir a difteria?
Através da vacinação da DT (difteria e tétano) ou DTP (difteria, tétano e coqueluche) é fundamental para a prevenção destas enfermidades. Essas vacinas fazem parte do calendário de vacinação do ministério da saúde.
Qual é o tratamento?
A medida terapêutica na difteria é a administração do soro antidiftérico (SAD), que deve ser feito em unidade hospitalar, cuja finalidade é inativar a toxina circulante o mais rapidamente possível e possibilitar a circulação de excesso de anticorpos, em quantidade suficiente para neutralizar a toxina produzida pelos bacilos.                                                                                                                                             Mas atenção, o soro antidiftérico não tem ação sobre a toxina já impregnada no tecido, por isso sua administração deve ser feita o mais precocemente possível, frente a uma suspeita clínica bem fundamentada. O soro antidiftérico tem origem heteróloga (soro heterólogo de cavalo), sua administração pode causar reações alérgicas. As doses do SAD não dependem do peso e da idade do paciente, e sim da gravidade e do tempo da doença. O SAD deve ser feito, preferencialmente, por via endovenosa (EV), diluído em 100ml de soro fisiológico, em dose única.

Fonte:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf
http://drauziovarella.com.br/crianca-2/difteria/
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/oministerio/principal/secretarias/svs/difteria

1- Disponível em: <http://www.healthline.com/health/diphtheria#Overview1> Acesso em 6 de agosto, 2015.

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