Figura 1 - vacinação contra hepatite B.
fonte: página do site proclínico¹.
O que é Hepatite B?
Doença
infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus da hepatite B (HBV), conhecida
anteriormente como soro-homóloga. O agente etiológico é um vírus DNA,
hepatovirus da família hepadnaviridae,
podendo apresentar-se como infecção assintomática ou sintomá- tica. Em pessoas
adultas infectadas com o HBV, 90 a 95% se curam; 5 a 10% permanecem com o vírus
por mais de 6 meses, evoluindo para a forma crônica da doença. Os pacientes com
a forma crônica podem apresentar-se em uma condição de replicação do vírus
(HBeAg reagente), o que confere maior propensão de evolução da doença para
formas avançadas, como a cirrose, ou podem permanecer sem replicação do vírus
(HBeAg não reagente e anti-HBe reagente), o que confere taxas menores de
progressão da doença.
Percentual
inferior a 1% apresenta quadro agudo grave (fulminante). A infecção em neonatos
apresenta uma taxa de cronificação muito superior àquela que encontramos na
infecção do adulto, com cerca de 90% dos neonatos evoluindo para a forma
crônica e podendo, no futuro, apresentar cirrose e/ou carcinoma hepatocelular.
O que é uma hepatite B
aguda?
A
evolução de uma hepatite aguda consiste de três fases:
•
Prodrômica ou pré-ictérica: com aparecimento de febre, astenia, dores
musculares ou articulares e sintomas digestivos, tais como anorexia, náuseas e
vô- mitos, perversão do paladar, às vezes cefaléia, repulsa ao cigarro. A
evolução é de mais ou menos 4 semanas. Eventualmente esta fase pode não
acontecer, surgindo a icterícia como o primeiro sinal.
• Ictérica: abrandamento dos sintomas
digestivos e surgimento da icterícia que pode ser de intensidade variável,
sendo, às vezes, precedida de colúria. A hipocolia pode surgir por prazos
curtos, 7 a 10 dias, e às vezes se acompanha de prurido.
•
Convalescença: desaparece a icterícia e retorna a sensação de bem-estar. A
recuperação completa ocorre após algumas semanas, mas a astenia pode persistir
por vários meses. Uma média de 90 a 95% dos pacientes adultos acometidos pode
evoluir para a cura.
O que é uma hepatite B
crônica?
Quando
a reação inflamatória do fígado nos casos agudos sintomáticos ou assintomá-
ticos persiste por mais de seis meses, considera-se que a infecção está
evoluindo para a forma crônica. Os sintomas, quando presentes, são
inespecíficos, predominando fadiga, mal-estar geral e sintomas digestivos.
Somente 20 a 40% dos casos têm história prévia de hepatite aguda sintomática.
Em uma parcela dos casos crônicos, após anos de evolução, pode aparecer
cirrose, com surgimento de icterícia, edema, ascite, varizes de esôfago e
alterações hematológicas. A hepatite B crônica pode também evoluir para
hepatocarcinoma sem passar pelo estágio de cirrose.
Como a hepatite B é
transmitida?
Por
meio de:
•
relações sexuais desprotegidas, pois o vírus encontra-se no sêmen e secreções
vaginais. Há que se considerar que existe um gradiente de risco decrescente
desde o sexo anal receptivo, até o sexo oral insertivo sem ejaculação na boca;
•
realização dos seguintes procedimentos sem esterilização adequada ou utilização
de material descartável: intervenções odontológicas e cirúrgicas, hemodiálise,
tatuagens, perfurações de orelha, colocação de piercings;
•
transfusão de sangue e derivados contaminados;
•
uso de drogas com compartilhamento de seringas, agulhas ou outros equipamentos;
• transmissão vertical (mãe / filho).
•
aleitamento materno;
•
acidentes perfurocortantes.
Quais são as
manifestações clínicas da hepatite B?
De modo
geral, os principais sintomas da infecção aguda pelo vírus VHB são semelhantes
aos da hepatite A: náuseas, vômitos, mal-estar, febre, fadiga, perda de
apetite, dores abdominais, urina escura, fezes claras, icterícia (cor amarelada
na pele e conjuntivas). A hepatite
aguda pode passar despercebida, porque a doença ou é assintomática, ou os
sintomas não chamam a atenção. Outra particularidade é que a maioria dos
pacientes elimina o vírus e evolui para a cura definitiva. Em menos de 5% dos
casos, porém, o VHB persiste no organismo e a doença torna-se crônica.
A hepatite B crônica também pode evoluir sem apresentar sintomas que chamem a atenção durante muitos anos. Isso não indica que parte dos infectados possa desenvolver cirrose hepática e câncer de fígado no futuro. Na maioria das vezes, porém, quando os pacientes procuram o médico, já há sinais de insuficiência hepática crônica: icterícia, aumento do baço, acúmulo de líquido na cavidade abdominal (ascite), distúrbios de atenção e de comportamento (encefalopatia hepática). A evolução dessa forma da doença depende de fatores, como a replicação do vírus, a resposta imunológica, o consumo de álcool e a eventual infecção por outros vírus.
A hepatite B crônica também pode evoluir sem apresentar sintomas que chamem a atenção durante muitos anos. Isso não indica que parte dos infectados possa desenvolver cirrose hepática e câncer de fígado no futuro. Na maioria das vezes, porém, quando os pacientes procuram o médico, já há sinais de insuficiência hepática crônica: icterícia, aumento do baço, acúmulo de líquido na cavidade abdominal (ascite), distúrbios de atenção e de comportamento (encefalopatia hepática). A evolução dessa forma da doença depende de fatores, como a replicação do vírus, a resposta imunológica, o consumo de álcool e a eventual infecção por outros vírus.
Como prevenir a
hepatite B?
Educação
e divulgação do problema são fundamentais para prevenir a hepatite B e outras DST.
Além destas ações a cadeia de transmissão da doença é interrompida a partir de:
•
controle efetivo de bancos de sangue através da triagem sorológica;
•
vacinação contra hepatite B, disponível no SUS para as seguintes situações:
Faixas
etárias específicas:
»
Menores de um ano de idade, a partir do nascimento, preferencialmente nas
primeiras 12 horas após o parto e crianças e adolescentes entre um a 19 anos de
idade.
Para
todas as faixas etárias:
»
Doadores regulares de sangue, populações indígenas, comunicantes domiciliares
de portadores do vírus da hepatite B, portadores de hepatite C, usuários de
hemodiálise, politransfundidos, hemofílicos, talassêmicos, portadores de anemia
falciforme, portadores de neoplasias, portadores de HIV (sintomáticos e assintomáticos),
usuários de drogas injetáveis e inaláveis, pessoas reclusas (presídios,
hospitais psiquiátricos, instituições de menores, forças armadas, etc),
carcereiros de delegacias e penitenciárias, homens que fazem sexo com homens,
profissionais do sexo, profissionais de saúde, coletadores de lixo hospitalar e
domiciliar, bombeiros, policiais militares, civis e rodoviários envolvidos em
atividade de resgate.
Em
recém-nascidos, a primeira dose da vacina deve ser aplicada logo após o
nascimento, nas primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão vertical.
Caso isso não tenha sido possível, iniciar o esquema o mais precocemente
possível, na unidade neonatal ou na primeira visita ao Posto de Saúde. A vacina
contra hepatite B pode ser administrada em qualquer idade e simultaneamente com
outras vacinas do calendário básico.
A
imunização contra a hepatite B é realizada em três doses, com intervalo de um
mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a
terceira dose (0, 1 e 6 meses).
•
uso de imunoglobulina humana Anti-Vírus da hepatite B nas seguintes situações:
»
recém-nascidos de mães portadoras do HBsAg;
»
contatos sexuais com portadores ou com infecção aguda (o mais cedo possível e
até 14 dias após a relação sexual);
» vítimas de violência sexual (o mais cedo
possível e até 14 dias após o estupro);
»
acidentes ocupacionais segundo Manual de Exposição Ocupacional - Recomendações
para atendimento e acompanhamento de exposição ocupacional a material
biológico: HIV e hepatites B e C, que pode ser encontrado no site
www.aids.gov.br
•
uso de equipamentos de proteção individual pelos profissionais da área da
saúde;
•
não compartilhamento de alicates de unha, lâminas de barbear, escovas de dente,
equipamentos para uso de drogas.
Como é o tratamento?
Hepatite aguda: acompanhamento ambulatorial, com
tratamento sintomático, repouso relativo, dieta conforme a aceitação,
normalmente de fácil digestão, pois freqüentemente os pacientes estão com um
pouco de anorexia e intolerância alimentar; abstinência de consumo alcoólico
por ao menos seis meses; e uso de medicações para vômitos e febre, se
necessário. Hepatite crônica: A
persistência do HBsAg no sangue por mais de seis meses, caracteriza a infecção
crônica pelo vírus da hepatite B. O tratamento medicamentoso está indicado para
algumas formas da doença crônica, e devido à sua complexidade, deverá ser
realizado em ambulatório especializado.Fonte:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/politicas/hepatites_aconselhamento.pdfhttp://www.sbhepatologia.org.br/pdf/politicas_publicas/hepatitesvirais.pdf
1- Disponível em: <http://www.proclinico.com.br/noticia/hepatite-b/> Acesso em 6 de agosto, 2015.
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